Eu já tinha ouvido falar de Seychelles algumas vezes – um país formado por um arquipélago de 115 ilhas paradisíacas no meio do Oceano Índico onde Príncipe William e Kate Middleton passaram a lua de mel em uma delas. Mas para dizer que a ilha não é inatingível e digna apenas de príncipes e duquesas, também já conhecia porque uma amiga também passou a lua de mel lá no ano passado.
Quando o Ministério do Turismo de Seychelles me convidou para conhecer o país, eu aceitei imediatamente já enviando uma cópia do meu passaporte só para garantir. Eu sabia que seria algo diferente de tudo o que eu já tinha visto.
Para quem não ouviu falar muito de Seychelles (o que é normal, pois nem no mapa mundi aparece) ele fica aqui ó:
Para chegar foi uma longa jornada. Foram 15 horas de voo até Abu Dhabi, uma conexão de 6 horas e depois mais 7 horas até a capital de Seychelles, Victoria. A sorte foi voar pela Etihad, que é uma das melhores companhias aéreas do mundo (me senti meio ryca, confesso). Mas dá pra você ir por um caminho mais fácil e rápido pela África do Sul. Aliás, acredito que a melhor forma de ir a Seychelles é aproveitando uma ida à África do Sul e emendando Seychelles nessa viagem.
E quando você chega lá, a distância começa a fazer sentido. Se fosse tão fácil chegar, ela não seria tão legal! Apesar de ser um país que investe no seu turismo, você não encontra todas aquelas coisas chatas de um lugar turístico: não tem ninguém te empurrando coisas pra comprar, querendo te passar a perna ou vendendo as coisas por um preço injusto (mais uma prova de que Seychelles é sim um paraíso). As pessoas são simpáticas, simples, sorriem, são gratas por você estar lá.
E não importa em qual ilha você esteja, o clima é todo paradisíaco: a água das praias consideradas “mais feias” também são cristalinas, as estradas da ilha são cercadas por uma mata ou uma praia, as pessoas nativas da ilha se movimentam num ritmo lento como quem diz: “pressa pra que? Já estamos no paraíso…”.
E assim, eu seguia no mesmo ritmo… Passava o dia desbravando praias com os mesmos comentários “olha essa água!”, “essa é a mais bonita!” e “essa é a mais selvagem!” (porque não basta ter água azul e transparente, elas também são selvagens). Meu único compromisso do dia era não perder o pôr-do-sol às 18h30.
E para ficar com mais cara de ilha cinematográfica ainda, tem coisas que só vendo para acreditar: um coco típico da ilha que parece uma bunda, um morcego que só existe lá de mais de 1,5m de largura, tartarugas gigantes que são do tamanho de uma mesa e chegam a ter 200 anos e um carnaval que reúne as escolas de samba dos países mais diferentes do mundo – Uganda, Ilhas Maurício, Indonésia, China… Até a princesa da Suazilândia e o rei de Gana comparecem a esse Carnaval! Não dava para fazer um filme com tudo isso?!
As pessoas dessa ilha paradisíaca são trilíngues: falam francês, inglês e a língua oficial crioulo (que parece mais um francês misturado com alguma outra coisa; ‘Bonjour’ vira ‘Bonzu’).
Das 115 ilhas, eu fui apenas em 3, as principais. E uma é diferente da outra…
A ilha paradisíaca de Mahé
É onde fica a capital Victoria. Falando assim, até parece uma ilha enorme. Mas a única diferença para as outras ilhas é que essa tem um centrinho maior, porém limpo, com restaurantezinhos, um mercado municipal, uma baladinha, um templo hindu e até uma réplica do Big Ben!
Mas as praias continuam ali, intocadas, selvagens, de água azul e transparente.
O carnaval de Seychelles foi ali. E quando eu achava que já tinha visto de tudo nessa ilha, dou de cara com um grupo de mulheres de Gana (as juízas do Carnaval que escolhiam qual era a melhor escola). Eram altas, negras, bem vestidas e com um look de dar inveja! Elas queriam tirar foto com as passistas peladas, mas eu só tinha olhos para as mulheres de Gana.
Fui dar um tempinho do carnaval e pegar um lanchinho. Na volta, com um hamburger em uma mão e uma coca na outra… “Step back!”, gritou uma segurança feminina. Era o rei de Gana chegando. E ele não vinha sozinho! Seus súditos vinham tocando uma corneta típica do país enquanto ele caminhava. Não resisti e gravei até um vídeo! A gravação está ruim porque me pegaram de surpresa, mas acho que dá pra você ter uma ideia.
Olha a roupinha e chinelinho deles:
Encontre seu hotel em MaheA ilha paradisíaca de Praslin
Praslin se fala mais ou menos assim: Prale. Essa ilha de 32km² (mais selvagem ainda) fica a uma hora de barco de Mahé. Mais calma que Mahé, com um centrinho que nem pode ser chamado de centrinho, eu diria até que não tem nada em Praslin se não fossem as praias maravilhosas e praticamente desertas. E isso já é o suficiente, não?
De lá eu até enviei um cartão postal e quero só ver se vai chegar! Estou achando quase impossível depois de apenas jogar o cartão nessa caixa. Mas depois eu conto pra vocês…
Para me deixar ainda mais mal acostumada, meu quarto do hotel ficava de frente pro mar. Eu dormia com o barulho das ondas, acordava, abria a janela e lá estava aquele mar de azul infinito. Se eu fosse blogueira de viagem colocaria até uma legenda dizendo: “um convite ao mergulho”.
A ilha paradisíaca de La Digue
Se você pegar um barco de Praslin, chega a La Digue em 15 minutos. Acho que essa foi a minha ilha paradisíaca preferida em Seychelles. Ela é minúscula, de 12km², e o bom disso é que você pode pegar uma bike e sair pedalando pela ilha inteira desbravando as melhores praias.
É nessa ilha que fica a praia eleita mais bonita do mundo pela National Geographic, a Anse d´Argent. Mas juro que fico na dúvida se ela é a mais bonita mesmo. São tantas lindas que nem consigo escolher!
Seychelles é um lugar para todos: famílias, noivos que decidem se casar por lá, noivos em lua-de-mel, casais em geral, solo travelers que querem descansar e amigos. Eu fiz duas amigas nessa viagem e foi muito divertido poder curtir a ilha com elas. Não fiquei com a sensação de que era um lugar apenas romântico, sabe?
Seychelles definiu o que é uma “ilha paradisíaca”. Não só pelo mar, mas por tudo que envolve a ilha: as pessoas, o ritmo das coisas, as árvores, as estradas… Nenhum outro lugar que eu tenha visto representou isso tão bem (nem no Caribe, nem no Havaí). Claro que há muito que se conhecer ainda nesse mundo e talvez fosse até melhor ter deixado Seychelles pra mais tarde. Vai ser difícil encontrar um lugar onde eu não compare: “ah, mas Seychelles é mais paradisíaco do que isso…”.
Encontre seu hotel em La DigueAmanda viajou a Seychelles a convite do Ministério do Turismo de Seychelles e amou!
Foto de capa: STB Seychelles