Eu só queria viajar quando fui sozinha para o Peru. Não havia solidão, frustrações e expectativas. Eu me sentia aberta para o que quer que a viagem me proporcionasse. E nesse clima, estava sentada no bar do hostel na primeira noite em Cusco, vestindo jeans e moletom, folheando um guia do Peru.
Foi quando eu vi o Pedro pela primeira vez. Meu coração não palpitou, flautas peruanas não tocaram e nem achei que era amor à primeira vista. Afinal ele estava do lado de fora do bar, na janela, mostrando a língua para as pessoas lá dentro do jeito mais menino-sem-noção-nada-a-ver-só-quer-chamar-atenção possível. Mas mesmo assim eu sorri.
Na noite seguinte fui ao bar novamente, vestindo a mesma roupa (!) e ainda com a bochecha queimada de sol. Mas tinha passado o dia em Machu Picchu e isso me deixava com um sorriso no rosto de fazer inveja a qualquer mulher de maquiagem. E nessa noite fiz muitos amigos. De repente éramos uma grande turma animada e pronta para curtir a noite em Cusco. E no meio dessa turma toda, estava o menino-sem-noção-nada-a-ver-só-quer-chamar-atenção se mostrando o cara mais legal, divertido e sociável de todos.
E foi andando pelas ladeiras de Cusco naquela noite que aproveitei para conhecer o Pedro melhor. Eu vivia um momento de transformação na minha vida: tinha começado o blog recentemente, realizando minha vontade de escrever mas estava procurando um novo emprego que me deixasse mais feliz. E, além disso, pela primeira vez na vida, eu estava feliz sozinha, de coração vazio. E o Pedro vivia exatamente o contrário: ele viajava com os amigos em clima de festa, tinha o trabalho mais diferente e curioso que eu já ouvi falar e ainda amava o que fazia. E também havia morado em Minnesota, como eu, na Austrália e viajado para vários outros lugares onde eu nunca havia estado. Puxa, esse cara era interessante!
Ele só tinha um defeito. Aliás dois. Tinha 24 anos e não era formado. E eu só tinha duas regras para os meus relacionamentos: ter mais de 26 anos e ser formado. Mas os deuses incas não pensam dessa forma. E foi naquela noite encantada em Cusco que beijei o Pedro pela primeira vez. E dançamos, conversamos, bebemos e dançamos de novo.
A vida era perfeita em Cusco. Durante o dia eu passeava com as minhas novas amigas e à noite encontrava com o Pedro no hostel para sairmos todos juntos. Mas no meu último dia na cidade, o clima já era de despedida e Pedro me propôs: “hoje nós vamos fazer um passeio romântico só eu e você”. Deixamos nossos amigos para trás e saímos andando pela cidade, sem hora, sem rumo, com abraços e beijinhos, nos sentindo perfeitamente à vontade um com outro. E num almoço regado a vinho na varanda, de frente para a Praça das Armas eu até pensei em me apaixonar. Mas se apaixonar em uma viagem pode ser perigoso. Você se entrega ao momento e corre o risco de nunca mais ver a pessoa na vida (ainda mais porque não morávamos na mesma cidade). E pensando assim, me contentei apenas em me sentir querida e amada no momento. Ele podia até me dizer “você é a a mulher que eu preciso na minha vida” que eu acreditava sem nem pensar no futuro.
Na hora de ir embora ele me levou ao aeroporto e não fizemos promessas. Mas no momento em que entrei na sala de embarque, ele gritou meu nome e quando me virei ele mandou um beijo com um tchau. Isso só podia ser um “até breve”. E aí veio uma sucessão de surpresas: no aeroporto em São Paulo ele me ligou perguntando se eu tinha chegado bem (quem liga do Peru hoje em dia para saber se a pessoa chegou bem?) e no dia seguinte mandou uma mensagem dizendo que iria voltar de lá direto para minha casa em São Paulo. E daqui nunca mais saiu. Vivemos o amor da forma mais carinhosa e parceira possível.
O Pedro quebrou regras. As regras que dizem que a idade importa, que o amor não existe e de que os romances de viagem são passageiros. Eu encontrei o amor quando menos esperava fazendo o que eu mais amava. E hoje percebo que isso só aconteceu porque eu estava completamente entregue à minha viagem e ao meu momento. E não consigo acreditar que poderia ter encontrado o amor em outra situação que não fosse uma viagem. É como ouvi uma vez: “do what you love, and love will find you“.
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