Às vezes eu me confundo achando que vou encontrar uma cultura diferente apenas se for para algum país exótico. Mas visitando um país como a Dinamarca dá pra perceber que a cultura de qualquer país pode surpreender. São tantas coisas diferentes (e melhores) que a nossa vida no Brasil que fiz uma listinha com as melhores curiosidades sobre a Dinamarca.
Encontre seu hotel em CopenhagueCuriosidades sobre a Dinamarca
1. É tão seguro que você pode voltar andando pra casa de madrugada numa boa
As pessoas nem pensam na possibilidade de alguma coisa acontecer porque isso praticamente não existe na Dinamarca. Eu voltei sozinha à meia-noite do centro da cidade para o bairro onde estava me hospedando, Norrebrø, e foi super tranquilo. Encontrei outras pessoas fazendo a mesma coisa na maior tranquilidade. Quando que podemos fazer isso no Brasil??? Eu não faço nunca! Houve até um momento que estava caminhando na beira de um lago (que à meia-noite me remete a ser morta e jogada ali mesmo), mas outras pessoas corriam por ali, caminhavam e me mostravam que estava tudo certo.
2. Atravessar fora da faixa de pedestres dá multa
Multa de 700 coroas dinamarquesas (em torno de R$350). Dizem que no Brasil também, existe isso, nè? Mas parece que lá é mais levado a sério. Eu acredito que seja pelas regras de trânsito que funcionam tão bem para carros e bikes; nada mais justo que funcionem para pedestres também.
3. As pessoas usam os cemitérios como se fossem parques
Sabe quando você vai à praia ou no Ibira? Eles fazem o mesmo, só que no cemitério. Mulheres passeando com carrinho de bebê, amigos fazendo piquenique, gente tomando sol de biquini, meditando, passeando com cachorro… Normal. Tudo o que se faz num parque, só que no cemitério. Mas até dá para entender. Os cemitérios são lindos e você vê tanta gente hanging out por lá que o clima não fica nada mórbido.
4. Na escola, as crianças têm aula na floresta vários dias da semana
Se eu não me engano, são 4 dias da semana na floresta. Lá as crianças sobem em árvore, aprendem a cortar madeira, trabalhar com facas e a se virar muito melhor na natureza. Juliana, uma brasileira que conheci lá casada com um dinamarquês e mãe de duas crianças, me contou que esse sistema de educação é acessível a todos. Não é parte de escolas de pessoas privilegiadas. É normal e parte da educação dinamarquesa.
5. Eles não estão receptivos com os refugiados
Apesar de encontrar bastante imigrantes em Copenhagen, parece que a recepção ainda não vai bem com refugiados. Conversei com algumas pessoas de lá e ele estão bem resistentes a recebê-los. A Dinamarca recebeu 36 mil refugiados – pouco se comparado ao país escandinavo vizinho, Suécia, que recebeu 180 mil. A questão é complexa e se você tiver interesse em entender melhor a situação dos refugiados na Dinamarca, indico essa matéria do New York Times.
6. Quase não há machismo
Imagine um lugar onde você, mulher, pode andar pela rua sem nenhum homem olhar nojentamente pra você? Imagine você poder andar de saia e vestido numa bike e ninguém achar estranho. Imagine você poder andar pela rua e ninguém mexer com você, falando coisas escrotas. Imagine você poder andar à meia-noite na rua sem medo de ser estuprada. Copenhagen é assim.
Conversei com um mulher dinamarquesa que me contou que a única questão que elas ainda têm que lutar é para ter salários iguais.
7. Arquitetura e design são muito fortes no país e começou por causa do inverno
O design dinamarquês é conhecido no mundo todo e tem liderado essa área no mundo por décadas. Móveis, moda e até brinquedos tem um design especial (o Lego é deles, lembra?).
Uma amiga arquiteta me disse que Copenhagen é o paraíso dos arquitetos. Eu mesma, que nem sou da área, fiquei espantada com as construções modernas e funcionais da cidade. Até o aeroporto tem uns containers azuis diferentões no lugar dos banheiros.
A tradição começou em 1950 com os designers Arne Jacobsen e Hans Wegner e hoje a Dinamarca é referência no assunto para o mundo.
8. Quase não há ar condicionado, apesar do verão quente
Eu peguei uma semana em setembro de 30 graus em Copenhagen. Sol, calor. E nem um lugar sequer com ar condicionado. Faz sentido já que é o oposto do Brasil – a maior parte do ano faz frio. Mas achei bem estranho estar num café, numa empresa que visitei e até na biblioteca principal da cidade sem ar condicionado. Tudo bem… Vai ver eu é que sou calorenta.
9. Os banheiros da casa em geral são minúsculos, com o chuveiro em cima da privada e podem ficar na cozinha
Não sei qual é a questão dos dinamarqueses com o banheiro, mas como os prédios residenciais são na maioria antigos, rola essa banheiro esquisito no meio da cozinha ou com o chuveiro em cima da privada. Achei minha vida no Brasil muito luxuosa por ter um banheirinho pequeno, mas com box e ducha forte 🙂
10. Eles são muito pontuais
E estão certíssimos. Se você faz a reserva num restaurante e atrasa cinco minutos, leva uma bronca (fui avisada sobre isso por várias pessoas). E houve uma situação em que eu tinha marcado com um guia local às 10h da manhã na frente do meu prédio. Deu 10h e eu desci – devo ter levado no máximo 2 minutos para chegar à porta. E quando eu cheguei, ela já havia ligado para a pessoa que fez a reserva. Ou seja, 10h são 10h e não 10h01.
11. A licença maternidade para a família (pai e mãe juntos) é de um ano e pode ser usada dentro de nove anos
Ou seja, o pai e mãe podem quebrar esse um ano em várias partes e isso é super comum. E pela facilidade de ter e criar filhos na Dinamarca, você vê muitos pais jovens com bebês o dia todo na rua.
12. Hyggie (lê-se “ruga’)
É uma expressão que só existe na Dinamarca e que não tem tradução (tipo a nossa “saudade”). Hyggie é quando você quer ficar aconchegante como acender uma vela, ficar em frente à lareira, chamar a família para um jantar, tomar uma taça de vinho… Deu pra pegar o espírito? Eu sempre imagino hyggie como um momento também de paz e tranquilidade. Apesar do hyggie combinar com o inverno ele pode também ser feito no verão.
13. Quase tudo é orgânico
Acho que essa foi uma das coisas que me deixaram mais espantadas em Copenhagen – como eles comem bem. no supermercado há uma variedade enorme de produtos orgânicos. Todos sinalizados e vendidos como qualquer outro produto. O preço pode ser um pouco mais caro, mas as pessoas ainda dão preferência a esses produtos. E a variedade de produtos nos restaurantes também é enorme: pizza orgânica, cachorro-quente orgânico, sorvete orgânico…
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