A Priscila é uma baiana de 28 anos, que foi contra o fluxo das pessoas que pensam em morar na Europa e Estados Unidos, e decidiu morar em Santiago, onde me pareceu bem mais simples e barato. Com o relato dela, me deu até vontade de morar lá também! Principalmente pela qualidade de vida. Veja se você não tem essa impressão também…
Há quanto tempo você mora em Santiago?
Há um pouco mais de um ano, desde março do ano passado.
Volta para o Brasil quando? Se é que volta…
Volto quinta-feira! Estou ansiosa, mas ao mesmo tempo em paz. Vai entender…
Com quem e onde mora?
A moradia é toda uma história. Tenho uma família chilena amiga que conheci quando vim a passeio em 2011. Quando contei que viria pra Santiago, a filha da família chilena (Nati) estava justamente procurando apartamento para sair de casa e combinamos de dividir; mas até conseguir um lugar fiquei com eles. Depois de seis meses Nati decidiu que iria morar um tempo no Brasil quando eu voltasse, eu amei a ideia e como vamos precisar de dinheiro pra viajar voltamos pra casa da mamãe para economizar o aluguel hahaha. Nos amamos como uma família e a chilenada vai toda me visitar na volta ao Brasil!
Como você fez para conseguir ir para Santiago e como foi o processo?
Eu pesquisei por conta própria, pela internet e com pessoas que já conhecia aqui. A PUC, onde estudei, só me pediu um portfólio com alguns trabalhos e o meu currículo. Para este diplomado (é como chamam esse tipo de curso intensivo de 5 meses aqui) não me pediram validação de diploma, mas isso depende do curso.
O que você faz em Santiago?
Eu vim para fazer o curso na PUC do Chile. Lá eu tive aula com um desenhista de iluminação e fiquei encantada com o trabalho dele aqui, na mesma hora pensei: Seria legal trabalhar com esse cara. Criei coragem e mandei meu currículo pedindo um estágio, eles me receberam e o que seria uma experiência de 3 meses foi prorrogada até quase um ano. Adiei minha volta umas três vezes e não me arrependo porque aprendi muito.
E como surgiu a ideia de fazer a pós em Santiago? E por que lá?
Eu estava pesquisando algum curso de iluminação pelo mundo e pela grana que eu tinha, percebi que era impossível ir pra Espanha (que era minha primeira opção) e como não falo inglês, isso elimina muitos outros países. Já conhecia o Chile e sempre pensei que seria um lugar legal pra passar um tempo, daí comecei a pesquisar por conta própria e encontrei esse diplomado de iluminação de cinco meses na PUC daqui. Era perfeito porque a universidade é boa, o curso cabia no meu bolso e as aulas eram durante a noite, poderia procurar trabalho ou viajar.
Como é o seu trabalho? Você sente que os chilenos no ambiente de trabalho tratam você com hostilidade ou normal, como qualquer outro trabalhador?
O trabalho é muito legal, fica numa casa grandona cheia de outros escritórios de iluminação, arquitetura, montagem de exposições. Algumas vezes juntamos todos no pátio e fazemos festa (de verdade! Até de madrugada hahaha).
Nunca me senti hostilizada até porque é um ambiente com muitos estrangeiros. A nossa equipe é de 9 pessoas, 5 chilenos, um francês, uma peruana, outra brasileira e eu. Comecei ajudando em projetos que estavam em andamento e cheguei a desenvolver um projeto menor sozinha.
Uma coisa que me marcou muito foi quando o Pascal, meu chefe, me disse na entrevista que eles trabalhavam meia hora a mais de segunda a quinta porque toda sexta à tarde o escritório não funcionava “para que pudéssemos descansar ou cuidar de algo particular”. Eu fiquei achando que tinha entendido errado, até que na primeira sexta-feira todo mundo levantou às 13 h e deu bom fim de semana! Assim pude aproveitar muito pra viajar.
Além disso, posso dizer que o ambiente é o melhor que já tive: tem cachorro na casa que vem fazer carinho, almoçamos juntos pra falar da vida, saímos, cozinhamos… Minha despedida foi uma choradeira! Fiz mais que colegas de trabalho, são amizades que pretendo manter para sempre.
Com o seu salário você consegue se sustentar?
Meu salário era mais baixo que um profissional porque apesar de eu ser arquiteta não tinha experiência com iluminação, mas era maior que um estagiário. Deu pra me sustentar, mas não deu pra juntar.
Você tem algum tipo de visto para morar e trabalhar em Santiago?
Como o meu vínculo com o escritório sempre foi de estágio e fui prorrogando não existe contrato de emprego e foi tranquilo. O visto para estrangeiros do Mercosul te dá permissão para ter emprego com contrato e depois a pessoa pode dar entrada no provisório se quiser. (Quem estiver interessado em vir pra cá, consegue todas as informações sobre o visto mais conveniente aqui http://www.extranjeria.gob.cl/ )
Você tem amigos? Eles são brasileiros, chilenos ou estrangeiros?
Na verdade tenho só 3 amigos brasileiros, convivo muito com chilenos e tem os estrangeiros do meu trabalho.
Fiz ótimos amigos aqui, deixar eles está me custando muito! Já tive umas 4 despedidas e já não aguento mais chorar. Na faculdade fiz uma grande amiga que também trabalha comigo e no escritório é um amor só! Me apeguei muito a todos.
Mas incrível é a minha família chilena. Eles são fora do comum. Pra você ter noção, me fizeram uma festa surpresa de aniversário e uma de despedida semana passada à fantasia com muito samba e decoração verde amarela. A vovó me chama de “minha neta brasileira” e me pede todos os dias pra trocar o cabelo liso dela pelo meu cacheado. A mãe atravessa a cidade pra cuidar de mim se eu estiver resfriada e Nati é a irmã que sempre quis ter, companheira de tudo! Sou grata a Pablo, que foi o amigo que abriu as portas da casa e dividiu todos eles comigo. O carinho e atenção que recebi é algo que nunca vou poder retribuir.
Você tem namorado? É fácil ter um relacionamento amoroso com chilenos?
Agora não estou namorando, mas vivi histórias bem legais aqui que tiveram muita importância pra mim.
Em geral acho os chilenos mais conservadores e cavalheiros que os brasileiros. São do tipo de homem que abrem a porta, que sempre estão atentos se você está segura e cômoda, mas também tem uns machismos bem chatinhos, questão de cultura.
Chileno é homem pra casar, bem família e a maioria quer ter um monte de filhos e viajar com todos pelo mundo a fora. Eles são LOUCOS por brasileiras, você fala a palavra “Brasil” e os olhos deles brilham!
Você viaja bastante?
Eu viajo bem menos do que eu gostaria, mas sei que bem mais do que se eu estivesse em Salvador. Do Chile conheci bastante: fui a San Pedro de Atacama, algumas cidades do norte (mas mais de passagem), o Valle de Elqui, Valparaíso, Viña de Mar, Cajón de Maipu, a linda praia de Matanzas, Puertecillo, Pucón, Temuco, Concepción, Puerto Montt, Puerto Varas, Osorno e ainda tem lugares que quero voltar pra conhecer. O país é incrível em paisagens, desde o deserto mais árido do mundo no norte até o gelo eterno do sul tem muito lugar lindo.
Além disso, pude ir à Argentina umas 3 vezes, conheci o Peru e a Bolívia. Foi massa e bem mais barato do que se saísse da Bahia.
O que você mais gosta em Santiago?
Eu amo a segurança de Santiago, amo as calçadas largas na maior parte da cidade, amo as casas antigas conservadas e os parques.
Comprei uma bicicleta porque aqui dá pra andar tranquilo. Apesar dos chilenos reclamarem muito da falta de ciclovias, eu vou pra todo lado na minha “bici” e isso sem dúvidas é o que eu mais gosto de fazer aqui.
E o que você menos gosta?
O serviço aqui em geral é MUITO demorado em tudo! Parece que a pessoa está fazendo um favor em te atender, seja em bar, farmácia, loja… Tem que ter muita paciência e saber que fast food sempre vai ser lento e a comida já vai estar fria.
O machismo também me incomoda, e olhe que nunca me considerei uma feminista de carteirinha! Aqui as mulheres ouvem cada coisa na rua… Eu já tive fama de barraqueira muitas vezes porque paro e brigo.
É fácil conviver com os chilenos?
Se você não falar nada mal do Chile é super fácil! hahaha. Eles são bem nacionalistas, mas um pouco passivos e ficam de cara feia diante de injustiças. Mas poucos brigam de fato pelos seus direitos.
Eu sempre fui tratada com muito carinho pelas pessoas que convivo. Eles são bem curiosos sobre o Brasil, acham que eu vim de um paraíso de clima perfeito, com praia que pode entrar no mar, sem tsunami nem terremoto! hahaha
Foi fácil aprender espanhol?
Eu aprendi espanhol há uns anos atrás em um curso de verão em Buenos Aires e não me custou muito. A única questão no Chile, é que mesmo que você saiba espanhol, eles têm muita gíria que vai demorar uns dois meses pra você começar a entender de fato o que estão querendo dizer.
Minha família chilena me ajudou muito, mas agora meu espanhol tá todo maluco.
O que uma pessoa que visita Santiago não pode deixar de fazer?
1 – Conhecer a história política do país e conhecer o centro da cidade, porque tudo aconteceu aí. A ditadura aqui terminou há muito pouco tempo, e saber como foi esse processo faz você entender muito melhor a sociedade chilena.
2- Ir ao Centro Cultural La Moneda, Museu Pre Colombino e Museu de La Memoria.
3 – Subir o Cerro San Cristóbal e ver a cidade de lá de cima.
4 – Tomar um drink chamado “terremoto”.
5 – Dançar cumbia e pachanga ao som da banda Chico Trujillo.
Conte algumas histórias, curiosidades sobre Santiago que você acha que as pessoas gostariam de saber.
– Os chilenos são tão fanáticos por futebol quanto os brasileiros (às vezes chego a achar que mais) e comemoram a classificação para a Copa como nós comemoramos quando ganhamos uma Copa.
– Os cachorros de rua aqui são sempre limpos e dá vontade de abraçar.
– Chilenos comem abacate preparado com sal e azeite e com tudo! Abacate com cachorro quente, com carne, com pão, com biscoito… E se você disser que no Brasil é algo doce todos fazem cara de nojo.
– Educação superior aqui é SEMPRE paga. Até as universidades consideradas públicas são pagas e caras.
E você ficaria aí para sempre?
Sinceramente, eu ficaria sim. Todos me perguntam porquê estou voltando e eu simplesmente sinto que é hora de voltar. Estou em paz da mesma maneira que estava quando decidi vir e os motivos estão relacionados a questões de família e desafios pessoais que tenho no Brasil. Mas o Chile está no meu coração.
Aqui o estrangeiro é bem recebido, é um país que tem trabalho para quem tem qualificação, é seguro, o transporte público funciona razoavelmente bem, existem espaços públicos de qualidade e o país está em desenvolvimento. O custo de vida não é baixo mas sinto que existe mais retorno aos impostos que pagamos. Fui bem feliz aqui e sempre digo que pode ser que um dia eu volte…
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