A Maria tem 22 anos e é uma fiel leitora do blog. Faz pedagogia e já fez três intercâmbios na vida. Hoje é dia dela contar sua experiência fazendo intercâmbio na Índia, onde ficou por seis semanas.
Sempre começo meus textos sobre a Índia dizendo o quanto foi difícil. Difícil de me despedir, difícil de ir embora. Voltar pra casa depois de seis semanas foi como deitar para descansar de um longo dia de trabalho.
Tudo começou em 2014, quando eu estava louca pra visitar o parque do Harry Potter, em Orlando, e meu visto foi negado.
Então fui atrás de outra coisa, afinal, se a vida te dá limões, pegue sal e tome com tequila 🙂 Me inscrevi no site da AIESEC, uma instituição sem fins lucrativos que promove intercâmbios voluntários e profissionais em vários países do mundo. Achei que não daria em nada e 1 mês depois já estava tudo decidido: eu ia fazer trabalho voluntário na Índia.
Comprando as passagens descobrimos que era caríssimo. Por um momento quase desisti (só com o peço da passagem eu faria um mochilão-ostentação pela América Latina). No final optei por comprar a passagem separada em dois trechos: Rio-Roma e Roma-Goa, ou seja, ainda ganhei alguns dias em Roma na ida e na volta.
Foram 4 meses de muita expectativa, todo mundo aqui em casa só ouvia falar de Itália e Índia. Foi muito planejamento, muitos blogs visitados, muitas dicas, muitas amizades feitas por conta do intercâmbio.
E finalmente chegou o dia. Fui sozinha para o aeroporto. Doze horas de voo depois: ROMA!
Nesse primeiro dia fiz Coliseu (e como comprei o ingresso pela internet, não peguei fila), Palatino, Fórum Romano, Monumento a Vittorio Emanuele e Fontana di Trevi. Roma é uma delícia e se planejando bem dá pra conhecer tudo em poucos dias. Só tem que tomar muito cuidado, lá é bastante perigoso, furtaram minha câmera de dentro da minha mochila (ainda bem que foi só na volta da Índia).
No dia seguinte, continuou a saga de aeroportos (Roma – Abu Dhabi – Bangalore – Goa). Pra chegar lá foi um perrengue: passei mal no avião, escala de 9 horas, minha mala foi extraviada… Mas nada se compara à emoção que eu senti ao sair do aeroporto em Goa.
Morei seis semanas em Goa, um microestado colonizado por Portugal. É diferente do resto da Índia, mas ainda assim é um choque cultural tremendo.
Tudo lá é diferente, desde a forma de se vestir até a forma de comer. A religiosidade também é muito forte e você encontra vários tipos de construções de adoração: templos, mesquitas, igrejas, etc. Eu sou agnóstica, mas adorava visitar os templos, para me inteirar dessa cultura tão rica que eles têm.
A comida é bem apimentada e eles comem com a mão direita. Comem tudo com a mão. E comem tudo com pão, geralmente o roti ou o naan. Isso me fez engordar quatro quilos hehe
O chai também é cultural. Eles bebem na mesma frequência que a gente bebe o ”cafezinho” no Brasil. E é uma delícia!
O custo de vida é absurdo de barato pra quem viaja pra lá. Uma garrafa de 1 litro de água, por exemplo, custa 20 rúpias (na época que eu fui 1 real comprava 27 rúpias). E dá pra barganhar o preço de tudo nas feiras e lojas. Já me ofereceram um vestido por 650 rúpias e eu levei por 200. Sempre barganhe, eles colocam o preço lá no alto quando percebem que você é turista.
Lá eu trabalhei em um voluntariado, pela Aiesec, relacionado à conscientização de crianças e adolescentes sobre o vírus da AIDS. Nós íamos à escolas dar workshops e palestras e fazíamos arrecadamento de fundos para a ONG.
Foi muito gratificante pra mim poder ajudar um pouco, ainda mais deparada com uma realidade tão diferente da minha. Muitas crianças vinham nos perguntar se a AIDS era transmitida por mosquitos, então eu sabia que o que eu estava fazendo lá realmente tinha uma importância muito grande.
Eu adoro fazer trabalho voluntário e a experiência de poder fazer um fora do país mudou muito o modo como eu vejo as coisas e o meu auto-conhecimento.
A Índia é um tapa-na-cara e uma lição de vida. Posso dizer com toda a certeza de que a maior bagagem que eu trago de lá está dentro de mim e, principalmente, do meu coração. A energia daquele lugar é inexplicável e tudo o que eu aprendi vou levar comigo para o resto da vida.
Dicas da Índia
Em Goa, o mais incrível são as praias. Quem for pra lá não pode deixar de ir a Arambol, Baga, Calangute, Benaulim, Vagator e Morjim.
As praias lá são bem diferentes do que a gente vê aqui no Brasil: lá o costume é deitar numas esteiras com colchões e barracas e ficar degustando uma comidinha dos quiosques. É bem tranquilo e barato. Um milk-shake de Oreo, por exemplo, custava 30 rúpias na beira da praia (nem preciso dizer que eu tomava uns 2 por dia, né?!).
O centro de Panjim também é uma graça, vale ”perder” um dia lá. A arquitetura portuguesa e as ruas, que parecem cidades como Parati, são o charme do lugar.
De Goa dá pra fazer um bate-volta na cidade de Humpi, que fica no estado de Karnataka. Por incrível que pareça é bem fácil viajar pela Índia. Tem trem e ônibus pra tudo quanto é lugar lá, de norte a sul do país.
Humpi é a cidade inspiradora da lenda de Mogli, o menino-lobo: a história se passa lá. O lugar é cheio de templos, a maioria gratuitos. Existe um rio que divide a cidade: de um lado a parte ”histórica”, com os templos e do outro as pousadas, festas, etc. Para atravessar o rio é preciso pagar 10 rúpias.
As passagens de ônibus pra Humpi custam por volta de 2000 rúpias, ida e volta, o que dá em torno de 160 reais.
Também passei por Mumbai e Agra, a terra do Taj Mahal. Um dia em Agra é suficiente, lá não tem muita coisa pra fazer (só o Taj Mahal e o Agra Fort) e é bem poluído. Peguei um trem de Goa a Mumbai (12 horas) e outro de Mumbai a Agra (24 horas, que viraram 29). Dica: compre com antecedência. E compre a classe sleeper A/C, é um pouquinho mais cara mas vale a pena, tanto pela segurança quanto pelo conforto.
O ingresso do Taj Mahal custa 750 rúpias para estrangeiros e é super tranquilo comprar na hora (minha dica é comprar no guichê que fica a 1km do Taj, é bem mais vazio, e você tem direito a um ônibus que te leva até a entrada).
Mumbai não me apeteceu muito. Talvez um dia eu volte e faça as pazes com ela.
Sobre o resto… Sim, a Índia é tudo isso que a gente vê nos filmes e muito mais. Mas 98% das pessoas que eu encontrei lá têm um coração enorme.
Eu espero poder voltar brevemente e fazer um mochilão em todos os lugares incríveis que eu não consegui ir.
Os últimos dias foram absurdamente difíceis pra mim.
E voltamos à saga de aeroportos: Goa-Mumbai-Abu Dhabi-Roma.
O voo de Goa pra Mumbai atrasou 50 min e a conexão em Mumbai durava 1:40h. Ou seja, chegando no aeroporto o pessoal que ia pra Abu Dhabi foi escoltado por uma equipe da Etihad que praticamente nos carregou no colo. E o avião esperando por nós. Por um lado isso foi incrível: um avião esperou por mim na Índia!
Minha bagagem de mão teve que ir para o porão porque não tinha mais espaço dento do avião.
Adivinhem o que aconteceu chegando em Roma? Isso mesmo, bagagem extraviada novamente! Mas foi ótimo pra mim, não tive que carregar peso em Roma, fiquei só com a bagagem de mão, que tinha tudo o que eu precisava pra dois dias: roupas, kit de dormir, necessaire, mapa, livro, eletrônicos, carregadores, câmera e bichinho de pelúcia.
Dessa vez me hospedei do outro lado do Trastevere, no Vaticano.
Foi muito ruim me despedir disso tudo, dessa viagem que mudou minha vida.
Aprendi na Índia que a gente nunca está só, por mais que esteja desacompanhado. Aquele esquisitão sentado do outro lado na verdade é um cara super legal e cheio de histórias pra contar.
Lá aprendi a tentar sem medo de errar. Aprendi a ir com medo mesmo. Aprendi que nenhum perrengue é tão ruim que não possa ser superado. Aprendi a ser humilde mas a não confiar em todo mundo. Aprendi que os nossos problemas são do tamanho de um grão de areia.
Experimentei comidas novas, fui a um funeral, conheci pessoas, ajoelhei em templos, vi filme em hindi, fiz tatuagem. Andei de carro, avião, ônibus, trem, barco e scooter.
Viagens são os melhores investimentos que se pode fazer.
Eu sempre fui muito curiosa pra descobrir o sentido da vida. Achava que a gente tinha que fazer algo que ficasse ”marcado na história” pra não ser esquecido.
Numa viagem com a igreja em 2011 eu descobri que o sentido da vida é o amor. Amor de irmão, amor de amigo, amor por momentos, amor por lugares.
O amor fica guardado dentro da gente e de quem a gente consegue contagiar com ele.
Uma frase que minha mãe me disse quando eu ainda estava lá resume tudo o que eu vivi: ”Lembranças como tesouro. Aonde ele estiver, estará também seu coração.”
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