Author - Amanda Noventa

Bangkok: o que fazer (e o que é dispensável)

Bangkok não é uma cidade fácil. Achei caótica, suja e calorenta. Moderna e pobre ao mesmo tempo (coisa que, na verdade, já estamos acostumados). Mas eu esperava ansiosamente por Bangkok. Todos os gringos que conheci no início da minha viagem, lá nas ilhas tailandesas, não haviam gostado e eu queria muito ver a cidade. E quando cheguei lá, vi que há muita coisa interessante e diferente para se ver e fazer.

Passei 7 dias lá, mas sei que quem tem o tempo apertado acaba passando menos. Por isso coloquei aqui o que achei mais legal e o que achei dispensável:

O que fazer em Bangkok: o que é imperdível

Visitar os templos

Eu visitei dois templos bem bonitos: o Grand Palace e o do Buda inclinado. Ambos lotados, mas não dá pra perder. As construções no Grand Palace são incríveis e muito bonitas.

Clique na foto para reservar um tour entre os templos de Bangkok!
Clique na foto para reservar um tour entre os templos de Bangkok!

Ver o pôr do sol do Lebua State Tower e tomar um drink no Sky bar (Sirocco bar)

Programa fino em Bangkok, mas acho que é a melhor vista do alto de uma cidade que eu já vi. São 64 andares. Vá às 18h, que é quando abre o rooftop, e veja o pôr-do-sol de lá de cima. Você não precisa pagar nada para entrar, mas os drinks lá encima pagam por isso. O meu, o mais baratinho custou em torno de R$60. Ah, esse é o bar rooftop que aparece numa cena do filme “The Hangover 2”. E um detalhe importante: lá não é permitido entrar de chinelo, regata ou largado como a maioria dos turistas ficam. Portanto, vá turistar durante o dia com um sapato na bolsa para poder trocar depois.

Clique na foto e saiba mais sobre o passeio no Sky Bar, em Bangkok.
Clique na foto e saiba mais sobre o passeio no Sky Bar!

Visitar um mercado flutuante

Eu dei uma vacilada no mercado flutuante. Ouvi dizer que eles eram fechados durante a semana, meu hostel não sabia dar informação e de repente eu estava numa van rumo a um mercado flutuante que nem sabia qual era. Era o Damnoen Saduak. Foi um passeio bem agradável, mas é super pega-turista, portanto, pouco autêntico. Assim como dizem que é o Amphawa. Ambos ficam a 2 horas de Bangkok e você deve ir bem cedo (saí do hostel às 6h30 da manha), pegando uma das vans que ficam na estação Victoria Monument. Paguei na van em torno de R$100 para ir e R$150 para voltar. E no long tail só pra mim (caro) R$100.

Quando postei no instagram, algumas pessoas me deram boas dicas de mercados mais autênticos, mas eu já não tinha mais tempo para ir. Pega a dica pra você:

Mercado flutuante de Tha Kha: faz o mesmo processo para ir a Amphawa (van na Victoria Monument station para Amphawa), chegando lá pega um tuk tuk até Tha Kha. De Tha Kha pega um taxi para o mercado.

Mercado flutuante de Khlong Lat Mayom: eu gostei desse porque fica em Bangkok mesmo e tudo o que você precisa fazer para chegar é pegar um táxi.

Clique na foto e encontre tours para visitar os mercados flutuantes de Bangkok!
Clique na foto e encontre tours para visitar os mercados flutuantes de Bangkok!

Visitar o mercado de flores

O mercado de flores é bem bacana porque rola à noite (o que deixa mais charmoso) e há poucos turistas. Talvez as flores nem impressionem tanto, mas pode ser bacana ver os locais (estudantes, monges e donas-de-casa) comprando algumas flores. Legal também de ver os feirantes produzindo aqueles arranjos de flores típicos tailandeses.

Clique na foto e veja como montar um passeio personalizado em Bangkok!
Clique na foto e veja como montar um passeio personalizado em Bangkok!

Esteja na estação de metrô da Siam Square ou da National Stadium às 18h

Estou falando essas duas porque sei que lá é certeza de que o “fenômeno” acontece. Talvez em outras estações também tenha. Não vou dizer o que é, mas é bem legal!

Dar uma volta pela Khao San Road

Eu não me hospedei na Khao San Road como a maioria dos turistas fazem porque eu queria ficar bem localizada. Mas fui pra lá umas três noites. A Khao San Road e, principalmente, as ruas paralelas à ela tem uma energia bacana mesmo sendo totalmente preparada para turista. Lá você vê gente vendendo os benditos escorpiões que só turista come e cobrando R¢10 só pra você tirar foto deles. Carteirinhas e passaportes falsos também estão à venda lá. Souvenirs mil e tudo mais que você puder imaginar de uma Tailândia caótica está lá. Mas o melhor também: os carrinhos de comida (street food), barzinhos e uma alegria de turista e galera que é boa de se ver.

Amanda Noventa na Khao San Road, uma das atrações de Bangkok.

Andar de tuk tuk se você ainda não fez isso na vida

Não tem muito o que dizer. Nem sempre o tuk tuk é o melhor transporte, mas vale a pena ter essa experiência pra contar. Não esqueça de negociar o preço antes de entrar (e quando pegar táxi, insistir para ligar o taxímetro).

Pegar o busão é uma experiência antropológica

Busão caindo aos pedaços. Peguei várias vezes (por necessidade mesmo) por R$0,007. Obviamente não tem ar condicionado e você pode sentar ali do lado do motorista, no chão, não tem regra. Nem catraca. A cobrança é feita por um tiozinho com uma caixinha de moedas que fica no meio da bagunça do busão lotado indo atrás das pessoas para cobrá-las. É possível que todos fiquem olhando pra você, turista maluco.

Ônibus típico da Tailândia é uma atração em Bangkok.

Assistir a uma luta de muay thai

Muay thai é uma típica luta tailandesa e levada super à sério no país. Existem muitos lugares para se ver, mas eu aconselho a ir em frente à estação de metrô National Stadium todas as quartas, das 18h às 20h30 que rolam várias lutas. É gratuito e uma beleza ver a energia da torcida.

Clique na foto e encontre ingressos para Muay Thai em Bangkok!
Clique na foto e encontre ingressos para Muay Thai em Bangkok!

O que fazer em Bangkok: passeios não tão imperdíveis assim

Pegar o water taxi

Fui pegar o tal do water taxi nos rios ou canais de Bangkok. Mas não achei nada interessante. A vista não é bonita e nem o rio. Sei lá, foi baratinho, em torno de R$1,40, mas achei dispensável.

Pequeno porto do water taxi, opção de transporte em Bangkok.

Ir ao cinema

Explico porque não seria: cinema lá é diferente do Brasil, é mais pomposo. Eu escolhi o mais caro (R$100) que é o Paragon Cinema que fica no shopping da Siam Square. Escolhi esse porque ele inclui uma massagem antes ou depois do filme, um snack à sua escolha e tem uma poltrona mega confortável, com cobertor e tudo. Massss…. é menos do que eu achava que era. Uma coisa interessante é que antes do filme começar existe um hino de respeito ao rei. Todos se levantam para cantar o hino. Mas isso você vê em qualquer cinema de lá, não precisa ser nesse luxuoso. É um bom programa para aquele dia que você precisa descansar.

Poltronas antigas e típicas dos cinemas tailandeses.

Jim Thompson’s House

Ficava bem pertinho do meu hostel e resolvi dar uma conferida. Jim Thompson foi o cara que trouxe a seda para Bangkok entre outras coisas. Um cara importante para a Tailândia que fez bastante para o reconhecimento da cultura tailandesa no Ocidente. Dispensável porque é um tour pela casa dele que é… dispensável. Dá para gastar R$15 em algo mais interessante.

Jim Thompson House, em Bangkok.

Parque Lumpini

É o parque do Ibirapuera de Bangkok. Juro, é igualzinho. Mostrei para a minha amiga alemã que estava comigo uma foto do Ibira e ela achou impressionante o quanto são parecidos. Vá se estiver por ali de bobeira.

Parque Lumpini, em Bangkok.

Para compras de marca: Siam Square

Caso você queira fazer compras de marcas gringas e tailandesas vá aos shoppings da Siam Square. Para fazer compras de tranqueira, é na Khao San Road mesmo.

Veja mais sobre essa viagem no instagram em #amandaviajatailandia

Veja todos os meus posts sobre a Tailândia

Railay Beach na Tailândia: vale a pena

Já haviam me dito que das praias que ficam mais para cima na Tailândia, as da região de Krabi seriam as mais legais. Então era a hora de me livrar da feia Phuket e me mandar logo para uma dessas pequenas ilhas da Taiândia

Chegando em Railay, sem píer, já saltei do barco para o mar de mochila e tudo e ali senti que eu ia gostar desse lugar. Para andar pela praia, só trilhas. Mas trilhas boas, sem perrengue. Me lembrou muito a Ilha do Mel, PR, quando fui uns 13 anos atrás (não sei se continua assim hoje).

Railay é aquele lugar onde você não precisa se preocupar em fazer nada. Nem as praias eu achei tão legais a ponto de você ter aquele compromisso de ‘ter que ficar na praia’ (desculpa, Brasil). Em Railay você está livre. Fica um pouco na praia, aí decide ir na vilinha comer alguma coisa, depois vai pra piscina do hotel, no dia seguinte vai para outra praia, decide fazer um caiaque para explorar mais as rochas da ilha, aí vai ler um livro em algum lugar e assim vai… Em Railay não tem muita coisa para fazer e isso é maravilhoso. Você não precisa cumprir check list nenhum. É um lugar para relaxar.

O que eu mais gostei de Railay não foi a praia como já disse, mas a vilinha deliciosa, bem roots que se formou. Um lugar cheio de cabanas de restaurantes ou vendinhas e tranqueiras. Minha cabana preferida, onde tomei café da manhã, almocei e jantei quase todos os dias não foi uma dessas que fica logo ali perto da praia (as mais caras), mas uma mais para trás. Um pad thai por 80B e um shake de côco geladíssimo por 50B me faziam muito feliz. De quebra tinha uma musiquinha de fundo.

Mesmo à noite é possível andar pelas trilhas para chegar à vilinha. Os locais garantem que é seguro e há uma certa iluminação pela trilha. A vilinha é fácil de achar pois está bem no centro da ilha.

 

Se você for até a praia à noite, pode encontrar pessoas fazendo pic nic, sentadas na areia, num climinha delicioso de luau.

Já de dia, na famosa Phranang Cave Beach, há de se chegar cedo, tipo 7 horas da manhã. A muvuca tira todo o charme da praia. Grupos e mais grupos de chineses dominam a praia, com músicas, fotos, entra e sai de barco, etc. Por isso tente chegar antes deles, umas sete da manhã talvez. Em caso de lotação, faça um caiaque para fugir um pouco.

Mas a atração mais bacana e diferente dessa Cave beach é a caverna dos pintos. Um monte de pirocas de todos os formatos e tamanhos dentro de duas caverninhas.

Caverna dos Pintos em Railay Beach, Krabi, Tailândia.

Choveu bastante na ilha nos dias que passei lá. Chovia à tarde, mas isso prejudicou a minha ida a Ton Sai, que teve a maré alta e dificultou minha ida pra lá. Também dá para fazer uma trilha que leva você a um mirante no alto da montanha. Mas a trilha é muito íngreme e, com a chuva, ficou impossível de fazê-la.

Um atividade bastante presente na ilha é a escalada. As rochas da Tailândia são tão legais, com um formato diferente e com muitas cavernas. Dizem que quando houve o tsunami em 2004, muitos escaladores conseguiram se salvar e foram eles que ajudaram com os destroços na descida.

Quer viajar para Railay Beach? Veja as dicas!

Como chegar em Railay Beach

Ônibus: É possível pegar ônibus até Krabi Town saindo de Phuket, Bangkok, Hat Yay, Ko Lanta, Phi-Ph e SuraThani. Chegando em Krabi town, basta pegar um barco de 45 min 2x/dia até Railay beach.

Barco de Phuket para Railay beach: (não sei exatamente como funciona para outros lugares mas creio que é o mesmo processo): Para chegar em Railay, você tem que pegar um ferry (800B). O próprio hostel/hotel pode agendar essa viagem para você com até um dia de antecedência. A viagem de 11/2 bem gostosa, na verdade. O barco não vai balançando e você ainda pode ir sentadinho lá fora, no chão do barco mesmo (que é realtivamente grande). O que deixou a minha viagem ainda mais legal foi ter algumas músicas no celular e ir ouvindo durante a viagem.

Ao chegar em Krabi, você passa ali, no meio do mar mesmo, para um long tail (aquelas barcos de madeira tailandeses). Não se preocupe com isso. Quando você compra o ticket do ferry para Krabi, essa baldeação já está inclusa. Não há pier em Railay, portanto você pula no mar de mochila e tudo e pronto.

Onde ficar em Railay Beach

Eu não encontrei nenhum hostel por aqui. Apenas lugares para acampar. Então acabei reservando o que é bem comum em Railay: um resort que mais parece uma pousada chic, com conforto na medida certa, sem perder a vibe roots do lugar. Fiquei no Phutawan Railay Resort.

Onde comer em Railay Beach

Em Railay tem muitas barracas legais de comida boa e barata – R$13 o pad thai com shake do coco nas barracas de preço honesto. Quanto mais longe da praia, menor o preço e não é necessariamente pior.

Veja toda essa viagem no Instagram através de #amandaviajatailandia

Você também pode reservar apenas um tour para escalar em Ralay Beach saindo de Krabi, olha só:

Maya Bay na Tailândia: a realidade por trás de #paraíso

Era uma vez, uma ilha paradisíaca da Tailândia que, depois de um filme hollywoodiano, se tornou um inferno paradisíaco.

Essa é a história de Maya Bay, mais conhecida como a praia do filme “A Praia”. Antes do filme, conforme os locais me contaram, era mais uma ilha bonita, sem esse destaque todo. A mesma coisa com a James Bond Island (olha só, essa até ganhou o nome do filme!). Dois lugares lindos, mas que sofrem com um turismo desenfreado.

Quem vem me acompanhando pelo Snapchat por esses dias, deve ter visto a minha chegada as duas ilhas. A areia de ambas cobertas por grupos, fotos, selfies, lixo, muitos barcos, e tudo aquilo que você já pode imaginar de uma farofa das ruins.

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Maya Bay real. Foto surrupiada do inthepinkandgreen.com porque notei que só fiz snap da bagunça

Maya bay certamente é a praia mais bonita que eu vi aqui na Tailândia (estive em Phuket, Railay, Koh Lanta e Phi Phi). A única com um potencial para de fato me surpreender. E teria me surpreendido se não estivesse tão lotada. Engraçado que eu olho as fotos (as quais escondi toda a muvuca) e acho o lugar mais bonito do que quando vi pessoalmente.

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Maya Bay escondendo a muvuca

Eu tinha duas soluções para encontrá-la vazia (e dois problemas):

  1. Poderia ter pego um barco no qual você dorme na ilha e a vê logo cedo, antes dos turistas chegarem, o Maya Bay Sleep Aboard, o único e com capacidade para vinte pessoas. O problema é que ele só tinha datas para o próximo mês.
  2. Alugar um barco particular e chegar logo cedo, antes de todos os barcos turísticos da ilha. Mas aqui eu encontrei dois problemas: eu teria que dormir na ilha de Phi Phi (o que eu já havia decidido não fazer e já vou explicar porquê) e também porque viajo sozinha e não me senti confortável em ficar sozinha com um barqueiro no meio do mar mesmo tudo parecendo seguro por aqui.

Mas depois de ter passado pelo show de horror em James Bons Island, um lado meu bastante masoquista e “faço tudo pelo meu trabalho” já estava achando interessante chegar com a muvuca em Maya Bay e mostrar que para você conseguir uma foto daquelas que todo mundo posta do lugar, não é tão simples assim. É uma realidade pouco mostrada por aí. Maya Bay costuma apenas ser representada pela #paraíso e boa.

E por que ninguém mostra? Por que estamos acostumados com a muvuca? Por que gostamos da muvuca? Não nos importamos com ela? Por que não queremos admitir que “olha é linda, mas a experiência foi horrível”? Por que se a gente vem até o outro lado do mundo para ver isso como é que vai reclamar, né?

Cada um tem a sua resposta. Muitas pessoas se identificaram com a minha experiência, outras (a minoria) me criticaram por mostrar essa realidade de Maya Bay no snapchat e, ainda bem, rindo de tudo o que eu via, incluindo uma turista tirando uma foto abrindo o espacate em frente aos long tails entre outras coisas – prazer, meu nome é Amanda Noventa e eu adoro sarcasmo, principalmente nos momentos de dureza .maya-bay-amanda-viaja

O fato é que eu quis mostrar a minha experiência real com Maya Bay (e como ela é para a maioria das pessoas). Assim como eu gosto de mostrar todos os outros lugares que eu vou. Esse é meu papel como blogueira de viagem num blog com experiências super pessoais, inclusive dizer se eu gostei de um lugar ou não. Esse é o Amanda Viaja (se você quiser blogs que sempre vão dizer que tudo é maravilhoso, que as viagens são perfeitas e que o mundo não tem problemas, posso te indicar alguns).

Mas voltando à Maya Bay… Eu não quis ficar em Phi Phi porque conversei com algumas pessoas, li outras (um exemplo é o artigo do Nomadic Matt) e fiquei sabendo: “É um lugar sujo, lotado e caro”. Eu já tinha não gostado de Phuket. Mesmo assim, mesmo depois de ter visto o horror da James Bond Island, eu quase fui pra Phi Phi. Novamente para ‘mostrar a realidade que ninguém fala por aí’. Mas aí pensei: “Amanda, acho que isso que você chama de trabalho está te levando para muitas roubadas. Melhor achar um lugar de fato agradável onde você será feliz” . E foi aí que decidi vir para Koh Lanta, e fazer apenas um tour por Phi Phi e Maya bay, observando a muvuca apenas por um dia para ‘fazer o meu trabalho’.

Realidade x experiência autêntica

A super jornalista de viagem Dri Setti, do Achados da VT, fez um post contando um pouco sobre a minha experiência em Maya Bay e citando um outro texto recente do Pico Iyer no NY Times que diz assim:

“A intenção de uma viagem é, no fundo, buscar a real confirmação de nossos sonhos irreais. Nossa noção dos destinos – o romanticismo e as imagens que projetamos sobre eles – são sempre menos atuais e sutis do que os lugares em si. Eis o motivo pelo qual desviamos as lentes dos shopping centers e da marca do Mc Donald’s em Varanasi e apontamos para os corpos próximos aos templos”. 

Esse talvez seja um dos motivos pelos quais a maioria continua vindo para Maya Bay e desviando os olhos da muvuca para enxergar o paraíso. Entendo.

Mas o que fazer com o turismo descontrolado?

Porque, eu não sei vocês, mas eu acho muito chato chegar num lugar maravilhoso e ver que ele está numa situação de lotação que eu nem consigo curtir. Eu acho inclusive destruidor para o mundo, para o meio ambiente. Eu não consigo achar isso legal.

Sim, em Maya Bay você pode dormir no barco para chegar na praia mais cedo e não pegar a muvuca. Mas veja, isso é apenas um remédio e não uma solução. O barco só serve para vinte pessoas diariamente, o que é ótimo. Mas e se você não quer ou não pode dormir no colchonete? E se você quiser curtir Maya Bay em paz, com seus filhos pequenos e não pode colocá-los para dormir num colchonete de um barco. E se você é um mochileiro, como eu, que não sabe onde estará amanhã e não pode reservar com mais de um mês de antecedência uma viagem dessa? O barco do sleep aboard é maravilhoso, mas é para pouquíssimos. Assim, como contratar um barco particular para chegar mais cedo na ilha. São soluções privadas apenas e não resolvem o problema do turismo descontrolado.

Logo que a Dri Setti postou seu texto no Facebook, uma menina que se diz turismóloga apareceu comentando com uma “ótima” solução: “Se você não quer encontrar pessoas, não saia de casa. Muito menos do seu país”.

Você, turismóloga, já que passou anos estudando turismo, eu espero uma solução melhor vinda de você para um problema de turismo insustentável do que simplesmente dizer para as pessoas não conhecerem esses lugares já que elas não gostam dessa bagunça.

Qual seria a solução? Não sei (não sou turismóloga). Mas posso tentar algumas delas que talvez funcionem melhor do que pedir para as pessoas não saírem de casa: controlar o número de pessoas que visitam o lugar diariamente, educar a população local sobre como continuar tendo a sua renda com o turismo sem degradar o meio ambiente, organizar o turismo da ilha para que você, turista, saiba como se organizar e como deve agir ao visitar a ilha…

Isso funciona para Machu Picchu, um parque famoso no mundo todo e que, apesar de ter turistas não é insuportável, lotado, que vai te proporcionar uma experiência ruim.

Isso funciona para Fernando de Noronha, que tem um número controlado de visitantes e com regras restritas para o meio ambiente (quem entra lá, paga uma taxa e já sabe como tudo funciona). E ainda assim, é um paraíso – alguns dizem que até mais do que a Tailândia.

Isso funciona inclusive para Koh Lanta, a ilha na qual me encontro na Tailândia, no momento. Eles criaram o National Park aqui. Você paga US$5 para entrar e é tudo tranquilo, um lugar onde você relaxa numa boa, macacos pulam de um lado para o outro e você consegue ouvir o mar, fazer trilhas.

Costa Rica, Patagônia, Ilha do Mel, Yosemite Park… Se existe solução para esses lugares, deve existir uma para Maya Bay também. Eu só não sei exatamente qual.

Porque, desculpe, eu sou apenas uma blogueira de viagem. E pelo que dizem por aí, eu só tenho duas opções: ignorar que isso acontece ou não sair de casa.

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Pelo menos a foto ficou boa, né?

 

Veja um outro post que fiz no Estadão, quase uma continuação dessa história: Quatro ilhas da Tailândia serão fechadas por excesso de turistas.

 

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Phranang Cave Beach: a praia dos pintos

Eu não estava achando nada de surpreendente nas praias da Tailândia, nada muito diferente do que temos no Brasil. Até chegar na Phranang Cave Beach, em Railay, perto de Krabi, e me deparar com uma caverna na praia cheia de pintos. Isso mesmo. Pirocas.

Achei tão interessante e diferente, mas ali não havia nada que explicasse as razões. Antes de chegar na praia, havia uma placa contando um pouco sobre a história do lugar, mas não havia menção nenhuma à caverna ou àquele monte de pintos.

Apenas contava uma lenda de que que há muito tempo atrás, havia linda princesa vivendo por ali. Por ser muito bonita, ela era cortejada por muitos homens, mas se recusava a dar bola para qualquer um deles. Um dia, um homem de uma praia vizinha a pediu em casamento e ela recusou. Quando o homem tentou levá-la embora à força, um homem de outra ilha apareceu e ajudou a princesa. Como forma de agradecimento, a princesa decidiu casar com o seu herói.

No dia do casamento, um grupo de homens invejosos apareceram para uma briga com o noivo. A briga foi tão violenta que um eremita teve que aparecer e fazer uma mágica para transformar a cena em rochas. A princesa se tornou a caverna dessa praia dos pintos, Phranang Cave, e os homens se tornaram rochas em praias vizinhas.

Tá. Mas e os pintos nessa história?

Phranang Cave Beach

Conversei com uma local que diz não saber como tudo começou, mas o símbolo do pênis representa a deusa hindu Shiva, que tem como nome ‘completo’ Shiva Linga (linga refere-se à genitália masculina. O pinto).

Na verdade dei uma pesquisada no google e vi que tudo isso se originou na Índia e foi trazido para a Tailândia centenas de anos atrás. Uma superstição que os tailandeses levam super a sério.

O símbolo da Shiva, o pinto, pode significar fertilidade mas também para dar sorte. Pescadores por exemplo, antes de saírem ao mar, fazem suas orações à Shiva pedindo sorte e que tudo ocorra bem.

Dizem que é super comum ver na Tailândia um amuleto de pinto pendurado numa loja de conveniência, restaurante ou até sendo vendido na rua. Eu ainda não encontrei em nenhum desses estabelecimentos. Mas chegar na praia e dar de cara com uma caverna cheia deles foi uma grande surpresa.

Phranang Cave Beach, a caverna da praia dos pintos, na Tailândia.

Veja todos os meus posts sobre a Tailândia

Se você quiser curtir um passeio especial, em Krabi, na Tailândia, você pode gostar da opção abaixo: