A África do Sul estava entre os meus destinos mais desejados. Por isso quando eu decidi a viagem, me planejei para que tivesse tempo suficiente para curtir o país: foram 25 dias e mesmo assim foi pouco. Como disse uma amiga minha que já foi pra lá várias vezes: a África do Sul parece infinita.
Bom, a primeira coisa que eu tenho que alertar é para não confundir África do Sul com África. África é o continente e África do Sul é o país. Dito isso, queria contar que a África do Sul é mais desenvolvida do que eu imaginava. Diria até que eles estão um passo a frente do Brasil (achismo puro, tá? Não tenho números para provar.
Mas foi a essa a impressão que me deu percorrendo o país). Muitas casas lindas, sem portão. Cidades desenvolvidas e aconchegantes. Organização e segurança como a que eu não vejo pelo Brasil. A taxa de desemprego de 30% é mais alta do que a do nosso país, mas alguém me explica como lá parece ser menos violento do que aqui?
Cape Town é apaixonante. A geografia lembra o Rio, mas é mais organizado, seguro e limpo. Aliás, as pessoas mais lindas que eu já vi na vida estão lá, homens e mulheres.
Mas não dá pra negar que rola uma desigualdade social grande no país. Muitos negros servindo brancos. No Brasil temos o mesmo problema, mas com uma mistura racial maior. Lá é bem visível e impossível não reparar. O Apartheid ainda é recente, acabou em 1996 e acho que ainda estão caminhando para uma igualdade racial de verdade. Eu tenho um sonho: de que um dia não haverá diferença nenhuma.
Joanesburgo é uma cidade bem interessante. Muita gente deixa ela de lado, mas acho tão importante para entender melhor a história do país… É lá que fica o Museu do Apartheid e o Constitution Hill que merecem uma visita (guiada, de preferência). Aproveite que os voos chegam por lá e reserve um tempo para conhecer a cidade e esses lugares antes de sair explorando o país sem saber direito o que aconteceu por ali.
Uma publicação compartilhada por Amanda Noventa (@amandanoventa) em
Aliás, o que eu achei legal de ter rodado pelo país foi ver a diferença entre as paisagens. Vai mudando: savana, cidade, praias, vinícolas, montanhas… É tudo lindo e você se surpreende o tempo todo. Durante a minha road trip, no mesmo dia eu estava numa cidade que parecia a Grécia, dirigi por uma estrada de terra para chegar num parque nacional que ficava entre fazendas e no fim da tarde eu chegava na cidade mais antiga da África do Sul, cheia de casinhas holandesas no pé de uma montanha.
E se você está preocupado com dinheiro, te conto já que lá é barato. Mais barato que o Brasil (quando eu fui, a relação era de R$1 = 4 rands), mais barato que muito lugar da América do Sul. Quer um exemplo? Uns meses atrás fui para Montevideo no Uruguai uma pizza com duas cocas numa lanchonete qualquer de uma esquina – a conta deu R$100. Fiz a mesma coisa em Cape Town – a conta deu R$40 com gorjeta.
Eu posso estar errada. Mas acho que a África do Sul será o novo destino da moda entre os brasileiros. Isso vai acontecer assim que as pessoas descobrirem que é um país barato para viajar, com atrações e aventuras infinitas e fácil de chegar 😉
Pra quem pensa que a África do Sul só tem safári… não, não, não. O país é mais completo do que você imagina! Hoje vamos descobrir as vinícolas da África do Sul.
O país faz parte do chamado Novo Mundo dos Vinhos e é o sétimo produtor mundial de vinhos, muitos deles premiados internacionalmente. Tudo começou com a chegada dos colonizadores holandeses no século 17— o primeiro rótulo da região data de 1659. Ou seja, a África do Sul produz vinhos há mais de 300 anos! Apesar disso, os vinhos só começaram a ser exportados depois do fim do Apartheid, em 1994.
A Rota dos Vinhos na África do Sul
A Rota dos Vinhos foi criada pela Distell, a maior empresa sul-africana de bebidas (inclusive a Amarula é deles), com o objetivo de definir um itinerário pelas mais importantes vinícolas da África do Sul. Eu visitei todas em dois dias completos, mas você pode adaptar o roteiro de acordo com o seu tempo disponível. Nesse trajeto, percorremos as estradinhas entre três cidades vizinhas principais:
Paarl;
Stellenbosch;
Franschhoek.
Durante a visita nas vinícolas, além da degustação, você pode conhecer todo o sistema de produção. E muitas delas têm ótimos restaurantes para almoçar!
Vinícolas em Cape Town
Se você jogar essas cidades no Google Maps, vão ver que elas tão bem pertinho de Cape Town, a menos de 1h de carro. Por isso, não é difícil visitá-las a partir dessa cidade. Dentro dos limites urbanos também tem algumas vinícolas, como a Groot Constantia (a mais antiga vinícola da África do Sul), a Durbanville Hills e a Cape Point Vineyards, mas eu acho que vale a pena pegar a estrada! Acredite, o visual compensa.
As melhores vinícolas na África do Sul
Paarl
Na região de Paarl está localizada a vinícola Nederburg – a mais premiada da África do Sul (e maravilhosa!). Por lá, os visitantes podem conhecer o museu da marca, os vinhedos e as montanhas Drakenstein. Além disso, é possível visitar a casa principal, Manor House, construída no centro da fazenda em 1800, decorada com móveis da época e de estilo holandês.
Hoje, é monumento nacional do país e também abriga o famoso restaurante Red Table, dirigido pelo chef Edmore Ruzoza. Outra atração são as degustações com diferentes tipos de vinhos e harmonização com queijos. Essa harmonização com queijos quando eu fiz custava em torno de R$20. É muito barato pela experiência toda que a vinícola proporciona.
Reserve aqui seus passeios pelas vinícolas de Paarl:
Stellenbosch
Na região de Stellenbosch está a Bergkelder/Fleur Du Cap, a primeira adega subterrânea construída no hemisfério sul. O local foi projetado na época para manter o vinho a uma temperatura ideal, mesmo no forte calor africano. O destaque desta adega fica por conta da harmonização de vinhos com diferentes tipos de sais.
Criada pelo chef Craig Cormack, um apaixonado colecionador de sais, essa harmonização única une pratos deliciosos com vinhos da premiada linha Fleur du Cap Unfiltered – tipo de vinho não filtrado que leva ao nosso consumidor o gosto da uva pura e natural, ótima acidez e oferece um final muito longo na degustação. A adega também oferece degustações guiadas e um tour pela propriedade. Outra coisa legal aqui é que ela tem um mercado com vários tipos de vinhos e bebidas pra você poder comprar (poucas têm isso).
Reserve aqui seu passeio pelas vinícolas de Stellenbosch:
Durbanville Hills
Por fim, a Rota dos Vinhos finaliza na vinícola Durbanville Hills, a apenas 20 minutos da Cidade do Cabo e com vista única para Table Mountain e Table Bay. Lá você também encontra um restaurante bem gostoso para almoçar. Um dos destaques da Durbanville Hills é o o Wine Safari que eles fazem na Table Mountain. Eu fiz e posso dizer que é uma experiência única em Cape Town.
Franchhoek
Na região de Franchhoek os turistas podem conhecer uma das maiores vinícolas do país, com 974 hectares e diversas variedades de vinhos tintos, brancos e espumantes, na Plaisir de Merle. Na vinícola os turistas têm duas opções de degustação — a simples e a vertical —, na qual fazem um tour e podem explorar os vinhos de acordo com a safra, descobrindo nuances e notas que são influenciadas pelo tempo de maturação. Para complementar essa experiência, também são oferecidos à parte diversos tipos de queijos para harmonizar.
Outro destino certeiro da rota é a vinícola The House Of JC Le Roux – a principal fabricante de espumantes do país, que é a nova moda na África do Sul principalmente entre jovens e mulheres. Além da degustação, outro ponto que vale a visita é o elegante restaurante Le Venue. Com um ambiente agradável e experiência única de sabor, fica situado na casa de J.C. Le Roux.
Perto dali, fica a vinícola Neethlingshof. Para conhecê-la é preciso passar por uma avenida com quilômetros de extensão de pinheiros, que leva até a sede do local. Este caminho é um marco para a história do lugar e motivo central dos rótulos dos vinhos.
A vinícola oferece diversas opções de harmonização, entre elas a “Flash Food, Slow Wine Pairing”, que inclui cinco minipratos que combinam perfeitamente com as opções de vinhos oferecidos. Além das degustações, a vinícola dispõe de um tour pela produção. E para um momento de descontração, acontece o Wednesday Live Music, todas as quartas-feiras, no final da tarde. Um ótimo momento para apreciar uma das mais belas vistas da África do Sul.
Além disso, a vinícola conta com um elegante restaurante estilo colonial, chamado Lord Neethling, localizado dentro da mansão holandesa muito bem preservada, que remonta mais de 200 anos de história da propriedade.
Importante: para visitar todas essas vinícolas você não precisa fazer reserva nenhuma e nem pagar para entrar. É só aparecer.
Vale a pena se hospedar na região vinícola?
Quem realmente gosta de vinho pode cogitar se hospedar na região vinícola para poder melhor explorá-la, em vez de apenas fazer passeios bate-volta a partir de Cape Town. É uma boa ideia para quem quer desacelerar um pouquinho e aproveitar melhor os passeios pelas vinícolas.
São duas bases principais para ficar na região, onde há mais hotéis, pousadas e guesthouses:
Fazer um itinerário pela Rota dos Vinhos por conta própria pode ser vantajoso para definir o seu próprio ritmo de viagem e para priorizar as vinícolas que mais te interessam. Porém, como o mais legal desses passeios é fazer as degustações e experimentar os vinhos da África do Sul, não poder beber para assumir o volante pode comprometer um pouco a experiência. Além disso, é importante lembrar que na África do Sul, país colonizado pelo Império Britânico, os motoristas tem que encarar a mão inglesa!
Passeios pelas vinícolas na África do Sul
Eu pessoalmente acho que vale bastante a pena contratar um passeio pelas vinícolas na África do Sul a partir de Cape Town. A oferta turística é bem completa, com várias opções diferentes de tours. Eu selecionei alguns que considero interessantes:
Veja o vídeo sobre a rota dos vinhos. E se inscreva no canal para ver muito mais: www.youtube.com/amandaviaja
Este post foi produzido em parceria com a Distell, maior produtora de vinhos e destilados da África do Sul.
Apesar de não ter ido viajar sozinha para África do Sul, deu para ter uma boa noção de como é a questão de segurança por lá. Vamos falar melhor sobre isso para você decidir se deve ir sozinha ou não?
Como é viajar sozinha para África do Sul?
Cape Town é perigoso? Joanesburgo é perigoso?
Olha, parece ser como o Brasil. É aquela velha história de não dar sorte para o azar. Melhor não andar numa rua a pé muito tarde da noite, não dar bobeira com os seus pertences pessoais e tomar todo aquele cuidado que já temos normalmente no Brasil.
No entanto, depois de um tempo no país, você vai começar a ter a sensação de que talvez ele seja mais seguro do que o Brasil.
Cape Town, tão comparada com o Rio geograficamente, traz um sensação de segurança maior, de tranquilidade e de cidade bem desenvolvida. Eu passei alguns dias com um guia que morava numa região mais humilde da cidade. Contava alguns dos crimes que haviam acontecido no Brasil naqueles últimos dias (Ex: criança de 13 anos sendo baleada na escola) e ele achou inacreditável. Falou que esse tipo de violência em Cape Town não era normal e que mesmo em bairros mais pobres, não havia tiroteios com frequencia. Então, a sensação que eu tive foi a de que a Cidade do Cabo é segura, mas como em todo lugar, tem que ficar esperto.
Joanesburgo, tão lembrada pela região pobre do Soweto, me trouxe uma outra imagem de tudo: a de que o Soweto é super turístico e, portanto, mais seguro do que parece. À noite, saímos para jantar numa rua conhecida por seus restaurantezinhos e fomos avisados sobre algo que já estamos acostumados no Brasil: não estacionar o carro em áreas muito desertas e escuras. A segurança em Joanesburgo não me pareceu ser algo a ser ignorado, mas também não me assustei em momento algum pela cidade.
Na Garden Route eu já fiquei me perguntando de onde as pessoas tiram a ideia de que a África do Sul é um país perigoso. Me senti tão segura, foi tudo tão tranquilo que parecia que estava num país de primeiro mundo. Casas sem portão, estradas super bem asfaltadas (sem pedágio), pessoas cordiais, tudo barato e sensação de segurança plena.
E como é para a mulher que viaja sozinha para África do Sul?
Ok. Eu estava acompanhada. Mas não senti nenhum abordagem estranha por parte dos homens contra as mulheres. Seria até interessante ter aqui o depoimento de alguma mulher que já tenha estado lá sozinha para me dizer o que achou. De qualquer maneira, eu não senti nenhum machismo por parte dos homens. Usei roupas normalmente, como uso no Brasil e todas as mulheres também se vestem como querem e fui muito respeitada.
Minha conclusão é de que a Africa do Sul é um país seguro para viajar sozinha e eu iria SEM MEDO. Mas caso você ainda se sinta insegura, aqui vão algumas dicas gerais para mulheres que viajam sozinhas:
Dicas para viajar sozinha para África do Sul
(e qualquer lugar do mundo)
Na hora de fazer as malas lembre-se que quanto menos coisas você levar, menos você vai chamar atenção.
Não fique andando com objetos de valor, dando bandeira.
Você pode dizer que é casada se sentir mais segura. Conheço mulheres que usam até uma aliança para manter os homens afastados nas viagens.
Óculos de sol evita ter que encarar olhares de outras pessoas.
Você não precisa ser legal tempo todo. Se alguém falar com você e você não se sentir confortável, você não precisa responder.
Vista-se de forma parecida com os locais para não chamar atenção.
Evite beber demais. É melhor se manter sóbria para entender o que está acontecendo o tempo todo e ficar menos vulnerável.
Vale a pena perguntar no hostel ou hotel quais são os lugares não recomendados para ir sozinha
Evite contar a sua vida toda a um desconhecido. Lembre-se que as pessoas que você conhece nas viagens são estranhos ainda.
Seja educado e não ofenda os locais agindo de forma rude. Não é apenas uma questão de boas maneiras, mas também uma forma de não ofender e incomodar as pessoas. Você não precisa ser bobona, mas comporte-se da maneira educada do senso comum.
Esse bungee jump na África do Sul é um clássico. Recentemente ele perdeu para Macau, na China, como o bungee jump mais alto do mundo, mas ainda é o bungee jump de ponte mais alto do mundo, com 216 metros. A ponte em questão é a Bloukrans Bridge, na cidade de Storms River, localizada no finalzinho da Garden Route.
O bungee jump é operado pela Face Adrenalin e em 25 anos de funcionamento eles nunca tiveram um acidente sequer. Para saltar, eles recomendam que você faça uma reserva, mas também é possível arriscar chegar lá e tentar saltar. Se for alta temporada eu recomendo fortemente que você faça uma reserva com antecedência. Eu estive lá numa semana de férias da África do Sul e por pouco não conseguimos um horário.
Eu não pulei — não por falta de horário, mas por falta de coragem. Quem pulou foi o meu namorado, Pedro. No entanto, eles me deixaram acompanhá-lo até lá, o que já dá um belo frio na barriga. Para chegar até o ponto de saltar, você tem que andar por um corredor que, coincidentemente, tem exatos 216 metros, a mesma extensão da altura da ponte. O corredor é todo vazado e pode causar uma vertigem que só. Pois é, pular de bungee jump na África do Sul ficou para a próxima.
Se você não quiser saltar e nem acompanhar, vale a pena pelo menos dar uma paradinha por ali para conhecer a famosa ponte e ver as pessoas saltando. Além disso, a ponte se encontra no Parque Nacional Tsitsikamma, que oferece outras atividades de aventura, como passeio de caiaque pelo rio Storms e arvorismo a 30m do chão.
Queria te convidar para assistir o vídeo dessa experiência fantástica de pular de bungee jump na África do Sul 😀