As histórias dos hostels da Argentina

Os hostels geralmente são grandes protagonistas das viagens. Muitas vezes roubam a atenção do próprio lugar que você está visitando. Na viagem Patagônia-Ushuaia-Buenos Aires fiquei em quatro hostels diferentes e de cada um eu trouxe uma história diferente. Você vê algumas delas aqui:

America del Sur Hostel – em El Calafate

Cheguei em El Calafate às duas da manhã depois de um voo SP a Buenos Aires, 6 horas de espera no aeroporto de Buenos Aires e então mais duas horas até El Calafate. Havia tido um looongo dia e tudo o que eu mais queria era cama. No entanto, quando cheguei no hostel descobri que havia feito uma confusão bem boba com a reserva, sendo que eu só tinha reserva para a próxima noite. E para piorar, o hostel estava cheio! O menino que me atendeu foi um fofo e me ofereceu o sofá! Me deixou tomar um banho também e lá fui eu às 3 da manhã, super cansada dormir no sofá do mezanino. Às seis eu já estava de pé, acordada pelo  barulho do café-da-manhã. Apesar desse imprevisto (causado por mim mesma), o hostel era ótimo!

Quando finalmente pude ir para o quarto, descobri que era tudo muito confortável e limpo e depois de uma semana já estava me sentindo em casa. Além disso, todo o pessoal do hostel me ajudou muito com qualquer coisa que precisei. No dia em que perdi meu celular, mobilizei todo mundo e todos foram muito atenciosos em tentar encontrá-lo, falar com não sei quem não sei de onde que pudesse ter encontrado, e também me acordarem todas as manhãs uma vez que eu já não tinha mais celular para usar como despertador.

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Esse sofá de 3 lugares foi o que eu dormi na primeira noite. Foto: tripadvisor
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A vibe do hostel era boa e tranquila
Vista do hostel

Rancho Grande Hostel – em El Chalten

O caso Rancho Grande começou assim: um dia antes de ir para El Chalten, fui fazer as reservas no Hostelworld e ele era o único hostel que tinha disponibilidade. Portanto, eu não tinha opção. Não fiquei com muita dúvida porque ele era um dos três hostels que um cara havia me indicado (os outros dois eram Albergue Patagônia e Condor de los Andes).

Chegando lá, tudo parecia quase bem… Entrei no meu quarto e vi que uma das camas estava uma bagunça, cheia de coisas jogadas – ok, quem nunca deixou coisa bagunçada em hostel, né? Perdoei. Aí, vi algumas calcinhas secando no aquecedor do hostel, aquele ar saindo do aquecedor e espalhando pelo quarto tudo o que havia naquela calcinha, sabe? Fiquei meio “uhnn, esquisito. Mas sei lá, isso é frescura minha”. Mesmo assim me mantive forte e deixei a frescura de lado porque hostel tem dessas coisas, pessoas viajando há séculos e precisando lavar a calcinha. Entendi a situação e voltei pra minha vida fora do quarto, fiz mil coisas, tomei banho, fiquei um tempo falando com o boy até que decidi ir dormir. Tinha viajado de busão aquele dia, feito um trekking e estava muito cansada.

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Mas quando cheguei no meu quarto, consegui abrir apenas uma fresta da porta porque um francês estava arrumando a mochila dele e impedindo a passagem mas só por essa fresta veio um cheiro MUITO ruim. O cara me deu passagem para entrar no quarto e encontro uma das donas da calcinha (francesa) deitada na minha cama, suja e suada do trekking. Ela me pediu desculpas mas não consegui pensar direito porque já estava desmaiando com o cheiro no quarto. Tinha mais uma francesa, a dona da outra calcinha, deitadona na cama dela, felizona mesmo sujona do trekking. Como eu não conseguia ficar no quarto, desisti de dormir e saí pensando: “Vou dar um tempo lá fora pra ver se eles tomam banho”.

Fui perguntar na recepção do hostel se eles tinham lugar em outro quarto (até quarto privado eu estava disposta a pagar), mas não tinham; nenhuma vaguinha sequer. Mais tarde voltei pro quarto e o cheiro continuava, mas pensei: “To tão cansada que vou dormir rapidão”. Até dormi rápido, mas o problema é que o francês além de fedido roncava MUITO e acordei no meio da noite para ir dormir… no sofá! Três horas da manhã e a menina que arrumava o hostel, desligou o Red Hot Chilli Peppers, apagou as luzes e me deixou dormir com cobertinha e tudo no sofá do hostel. Acordei às 6 da manhã com o barulho do café e fui fazer um trekking de 4 horas!!! Gente, me senti muito poderosa de não dormir direito e subir uma montanha depois! Fui muito She-ra!

A minha conclusão de tudo isso é: deixar calcinha secando no secador do quarto eu suporto, mas não tomar banho é demais pra mim, gente. Desculpa, Brasil… Além de tudo, minhas roupas ficaram todas infectadas com aquele cheiro de lixo francês e tive que comprar um spray de cheirinho no mercado para passar nas minhas roupas – fica a dica do spray caso você também passe por essa situação.

O hostel em si não foi ruim pra mim, mas tive uma experiência ruim com os roomates. No entanto, soube depois por outras pessoas que a cozinha do hostel era muito suja e com aranhas! Como o hostel tinha instalado seu próprio restaurante, eles passaram a desprezar a cozinha utilizada pelos hóspedes e também cortaram o desayuno (café-da-manhã), forçando as pessoas a pagarem para comer, entendeu? Mas ouvi dizer que um dia o Rancho Grande já foi muito bom.

Vista do quarto do hostel Rancho Grande
Vista do quarto do hostel Rancho Grande

Cruz del Sur hostel – no Ushuaia

O Cruz del Sur é um hostel simples, pequeno mas te conquista por ser muito acolhedor. Um dia antes de chegar mandei um e-mail desesperado dizendo que chegaria no dia seguinte de manhã e queria que eles já reservassem o passeio da Pinguinera porque tinha medo que não desse tempo de fazer tudo o que eu queria no Ushuaia. Eles responderam fofíssimos, me explicando que o passeio era à tarde, que daria tempo de chegar e eles arranjariam tudo pra mim, que eu não precisava me preocupar e tal. Já gostei da atenção…

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Ana e eu (depois de tomar tipo umas 3 garrafas de vinho. Se você olhar de perto pode ver minha boca roxa)

Chegando lá, fui para o meu quarto e, para minha surpresa, encontrei um casal de finlandeses que poderiam ser meus avós! Até aí tudo bem porque nessa viagem vi muita gente mais velha ficando em quarto compartilhado de hostel, provavelmente pelo preço alto de tudo. Mas achei esquisito eles não me cumprimentarem, não foram simpáticos, nada. Eram cabeludões, uma mistura de hippie com largado, cheirando cigarro e cerveja, meio com jeito psycho killer de ser (queria muito ter tirado uma foto deles). Aí fui perguntar pro pessoal do hostel: “Gente, eles são do bem? Tá tudo tranquilo?”. E a Ana me perguntou na hora: “Você está com medo? Se quiser podemos trocar você de quarto. Mas sabe, eles são assim porque são mais velhos… é o jeito deles”. Voltei pro quarto e escolhi dormir na cama de cima do beliche só pra dificultar qualquer ataque. Acordei viva no dia seguinte e pensei: “Legal, posso continuar dormindo aqui numa boa”. E no fim das contas, a finlandesa foi até simpática e me perguntou se eu havia dormido bem! Pronto, já comecei a achar ela fofa.

Mas a coisa mais linda desse hostel eram as pessoas que trabalhavam nele: Alê (o dono), Ana (a sobrinha dele), Carla (a namorada dele) e Crem (o cachorro dele). Vamos falar da Ana primeiro. Quando ela descobriu que eu escrevia sobre viagens, começou a me perguntar para onde ela deveria ir em abril. Estava frustrada porque queria tirar férias e não sabia para onde ir; e ela tinha duas condições: tinha que fazer 42 graus e ter águas cristalinas, afinal ela passava o ano inteiro no frio do Ushuaia. Ela não fazia questão de conhecer pessoas porque já fazia isso no dia-a-dia do hostel; queria tranquilidade. Sendo assim, todos os lugares que eu falava ela dizia: “Pero hace 42 grados y aguas cristalinas todo el año?”. E lá ia eu pensar numa outra solução… Até que uma hora passei perto dela, que estava no computador e me chamou: “Mira o que achei!”. Era um site que ela podia colocar o mês e a temperatura que ela quisesse e o site indicava para onde ela deveria ir. E ela estava um pouco chateada porque só dava Ásia e era longe. Aí tive a ideia de sugerir a ela San Andres na Colômbia porque era perto e tinha tudo isso que ela queria. Quando ela colocou no google imagens, abriu um sorriso com os olhos brilhando ao ver as águas cristalinas de San Andres. Fiquei tão feliz por ela! Estava decidido! No dia seguinte, ela passou por mim toda feliz: “Vou ver as passagens agora…”. Ana, uma fofa. Já adicionei ela no Facebook só pra ver suas férias nas águas cristalinas…

A segunda pessoa é a Carla. Carla é uma espanhola linda que havia ido pro Ushuaia pela primeira vez com uma amiga em março desse ano, se hospedou no Cruz del Sur e teve um romance desses que só se vive uma vez com o Alê, o dono do hostel.  Paixão avassaladora que a fez largar tudo em Barcelona e voltar para o Ushuaia em agosto pra ficar com ele e ajudá-lo no hostel. Carla já estava tão adaptada que tocava o hostel numa boa e inclusive era ela quem conduzia o passeio à Laguna Esmeralda. Disse que ficaria só até março e depois voltaria para Barcelona. Mas ainda não sabia como seriam as coisas a partir disso. Tinha uma carreira de enfermeira na Espanha e ainda precisava entender se poderia exercer sua profissão na Argentina. Mas estava tranquila, se não pudesse não se importaria. Ela queria mais era viver tudo isso.

Carla e Crem
Carla e Crem

Milhouse Hostel – em Buenos Aires

Eu fui para o Milhouse para verificar se realmente valia a pena ficar lá e se a fama de um dos maiores party hostels do mundo era verdadeira. Mas desculpa, depois de dias de trekking e cansaço, peguei um quartinho privado delicioso lá. Estava muito bom mesmo. As pessoas do hostel não eram das mais amáveis, não faziam questão de ser. Mas já sabia que esse hostel era um outro esquema. Bom, eu tive duas noites muito boas e confortáveis lá. Achei o hostel muito limpo e bonito (um dos mais bonitos que já vi). Não fiz amigos meio que por culpa minha; como já estava em clima de volta, não estava mais tão aberta a tudo isso. Queria ter dias agradáveis e tranquilos em Buenos Aires. As festas rolaram mas não vi muito para ser sincera, estava numa outra vibe. No entanto, curti bastante minhas estadia no Milhouse e recomendo.

Hostel é assim: se você não gosta de gente não se hospede em um deles. Você pode ter o azar de cruzar com franceses como os que eu dividi o quarto, mas pode ter a sorte de conhecer figuras incríveis que só ajudam a tornar a viagem mais marcante e especial. As histórias mais interessantes da viagem, geralmente partem dessas pessoas…

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